Sinais de alarme que justificam uma ida imediata com o bebé ao Serviço de Urgência
- cronicasdeumagravida
- 24 de set. de 2019
- 3 min de leitura
As urgências não são, com toda a certeza, o melhor ambiente para bebés, principalmente em épocas em que as salas de espera estão lotadas e os tempos de espera para avaliação médica se adivinham longos, havendo, nestas alturas, um risco acescido de sair do hospital com uma nova doença. É por isso que os pais devem ponderar se estão mesmo perante uma situação de emergência/urgência ou se, pelo contrário, é algo que pode esperar pela avaliação do pediatra assistente, num ambiente muito menos inóspito (o da consulta). Contudo, devemos lembrar que existe um grupo que merece uma atenção especial, nomeadamente os recém-nascidos (até aos 28 dias de vida), que podem apresentar quadros que agravam muito rapidamente. Foi por esta razão que, neste artigo, se contemplaram alguns dos sinais que nos devem alarmar e que justificam uma ida imediata ao Serviço de Urgência.
Por Ana Rita Sousa Gomes
Pediatra

1.
Temperatura elevada (febre): a febre (não existe uma definição consensual e a febre deve ser avaliada dentro de cada contexto clínico) é um mecanismo de defesa do organismo. A temperatura corporal eleva-se como resposta do nosso sistema imunitário a uma infeção e nem sempre é sinónimo de gravidade de doença. Claro está que quanto menor é a criança mais alerta deveremos estar: no recém- nascido é sempre muito preocupante e deve ser sempre motivo para observação médica emergente. Também é sinal de alerta quando a febre se mantém elevada mesmo após a medicação. Não podemos esquecer que algumas crianças podem fazer convulsões no contexto da febre. Por isso se houver história pessoal ou na família de convulsões será mais um motivo para estar atento.
2.
Baixa temperatura: se a temperatura do bebé está mais baixa do que o normal (<35º C).
3.
Choro: Inicialmente pode ser difícil, mas com o passar do tempo os pais conseguem reconhecer o tipo de choro dos seus filhos (se é fome, se são cólicas, se está com frio, se a fralda precisa de ser trocada,...). Se o choro do bebé é contínuo e irritado e se o bebé está inconsolável, mesmo depois de alimentado, aquecido e/ou com a fralda trocada, é importante consultar um médico.
4.
Dificuldade para respirar ou seja sempre que o bebé respira mais rápido que o normal e/ou com esforço: por exemplo, covinhas por baixo das costelas quando respiram.
5.
Se a criança fica menos ativa, parada, não brinca, está mais sonolenta e/ou não responde aos estimulos habituais.
6.
Diarreia e/ou vómitos: atenção que os bebés alimentados com leite materno normalmente apresentam fezes semi-líquidas, cerca de 10 vezes por dia. Mas se notar uma alteração na cor ou no cheiro do cocó, pode ser um sinal de diarreia e, nesse caso deve consultar um médico, uma vez que o risco de desidratação em bebés pequenos é muito maior (especialmente se acompanhada de vómito).
7.
Reações alérgicas: se a criança apresentar manchas vermelhas na pele, tem dificuldade em respirar, lábios inchados, língua, rosto ou corpo em geral, deve dirigir-se de imediato à urgência.
8.
Feridas e traumatismos: as quedas de impacto moderado ou alto (principalmente quando há traumatismo da cabeça) ou feridas profundas em qualquer parte do corpo.
9.
Alterações da pele recentes, principalmente quando associadas a febre.
10.
Prisão de ventre que se mantém por mais de 5 dias, principalmente se não resolveu com estimulação retal.
11.
Cólicas ou dor abdominal com persistência por um período superior a uma hora seguida.
12.
Suspeita de ingestão de tóxicos ou corpos estranhos.
Agora já sabe quais os sintomas que exigem atenção médica. Não fique em pânico e lembre-se sempre que há situações que podem ser resolvidas na consulta médica ou conversando com o pediatra.
Comentários